Livro Impresso
A Fábula Mística Volume I - Século XVI e XVII
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ISBN:
9788530964191
- Edição: 1|2015
- Editora: Forense Universitária
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Este livro se apresenta em nome de uma incompetência: ele está afastado daquilo de que trata. A escrita que eu dedico aos discursos místicos de (ou sobre) a presença (de Deus) tem como status o fato de não o ser. Ela
- Formato: Impresso
- Páginas: 510
- Publicação: 29/07/2015
- Capa: Brochura
- Peso: 0,59 kg
- Dimensões: 14 X 21
Este livro se apresenta em nome de uma incompetência: ele está afastado daquilo de que trata. A escrita que eu dedico aos discursos místicos de (ou sobre) a presença (de Deus) tem como status o fato de não o ser. Ela se produz a partir desse luto, mas um luto não aceito, transformado na doença de estar separado, análogo, talvez, ao mal que já constituía no século XVI uma mola secreta do pensamento, a Melancolia. Uma ausência provoca a escrita.
Ela não para de escrever-se em viagens num país de que estou distante. Precisando o lugar de sua produção, eu gostaria de evitar, inicialmente, nesse relato de viagem o “prestígio” (impudico e obsceno, em seu caso) de ser tomado por um discurso confirmado por uma presença, autorizado a falar em seu nome, em suma, supostamente sabendo o que é feito dele.
Ìndice
Lista de Abreviaturas
INTRODUÇÃO
1. Quadratura da mística
2. Uma formação histórica
PRIMEIRA PARTE
UM LUGAR PARA SE PERDER
CAPÍTULO 1. O mosteiro e o lugar: loucuras na multidão
1. A idiota (século IV)
2. Risos de loucos (século VI)
CAPÍTULO 2. O Jardim: delírios e delícias de Jérôme Bosch
1. Um paraíso subtraído
2. Enciclopédias criadoras de ausências
3. Caminhos para parte alguma
4. Caligrafias de corpos
SEGUNDA PARTE
UMA TÓPICA
CAPÍTULO 3. A ciência nova
1. Corpus mysticum, ou o corpo que falta
2. O adjetivo de um segredo
3. O substantivo de uma ciência
CAPÍTULO 4. Maneiras de falar
1. Pressupostos: uma pragmática da linguagem
2. As “frases místicas”: Diego de Jésus, introdutor de João da Cruz
TERCEIRA PARTE
A CENA DA ENUNCIAÇÃO
CAPÍTULO 5. O “conversar”
1. O “diálogo”
2. Uma prévia: o volo (de Mestre Eckhart à Senhora Guyon)
CAPÍTULO 6. A instituição do dizer
1. De onde falar?
2. O “eu”, prefácio de La Science Expérimentale (J.-J. Surin)
3. A ficção da alma, fundamento das Moradas (Teresa de Ávila)
QUARTA PARTE
FIGURAS DO SELVAGEM
CAPÍTULO 7. O iletrado esclarecido
1. Disseminações textuais (1630-1690)
2. O anjo do deserto
3. O lendário do pobre
CAPÍTULO 8. Os “pequenos santos” da Aquitânia
1. Os “déficits” da Companhia (1606)
2. A caça às “devoções extraordinárias” (1615-1645)
3. “Uma espécie de iluminados”
CAPÍTULO 9. Labadie, o nômade
1. Um espírito em busca de um lugar
2. A invenção da extensão
ABERTURA A UMA POÉTICA DO CORPO
ÍNDICE ONOMÁSTICO
A educação e formação profissional de Certeau foi bastante eclética. Depois de obter graduação em estudos clássicos e filosofia, passou a receber educação religiosa em um seminário em Lyon, onde ele entrou na ordem dos Jesuítas em 1950 e foi ordenado em 1956.
Certeau tornou-se um dos fundadores da revista Christus, com a qual ele estaria ativamente envolvido durante boa parte de sua vida. Recebeu o doutoramento em Teologia pela Sorbonne com uma tese a respeito dos escritos místicos de Jean-Joseph Surin. Certeau lecionou em diversas universidades espalhadas por todo o mundo, como Genebra, San Diego e Paris. Publicou uma série de trabalhos que deixaram nítido seu interesse pelo misticismo, fenomenologia e psicanálise.